terça-feira, 31 de maio de 2011

"O Poder e a Lei", 2011: seu enredo o faz ser um filme satisfatório.



"O Poder e a Lei" (The Lincoln Lawyer ) [EUA] , 2011 - 118 minutos Policial Direção: Brad Furman Roteiro: John Romano, Michael Connelly Elenco: Matthew McConaughey, Ryan Phillippe, Marisa Tomei, John Leguizamo, William H. Macy, Josh Lucas, Michael Peña, Bryan Cranston, Frances Fisher, Shea Whigham, Margarita Levieva


Que boa surpresa ver um filme abrindo mão de seu principal trunfo logo depois de 1/4 de sua exibição. Tive a sensação de que houve uma troca de damas logo no início da partida de xadrez. Destemido, o roteiro vai nos dando reviravoltas e mais reviravoltas. E quando menos percebemos, somos surpreendidos inteligentemente a cada momento.


Mick Haller (McConaughey) é um advogado "porta-de-cadeia" bastante caricato. Seu escritório é dentro de um carro Ford Lincoln e seus clientes lhe contratam para defendê-los diante de tribunais penais. Mas, como advogado porta-de-cadeia que é, sua filosofia é: mais vale um culpado solto que um inocente preso, portanto, todos devem ser defendidos e inocentados. Porém, seus poucos valores, sua forma de atuar e até mesmo a segurança de sua família serão todos abalados diante do caso de um jovem playboy, Roulet (Phillippe) que o contrata para defendê-lo da acusão de ter espancado uma mulher. E realmente não posso contar mais nada, pois não recomendo nem que se assista ao trailer para que não se estrague nada.



É claro que o filme possui inúmeros problemas, mas todos são meros detalhes - e detalhes em filmes como esse, se não atrapalham ou não ajudam, devem ser simplesmente esquecidos. Temos um advogado muito bem montado e convincente, sem aquele irritante superpoder que os filmes de tribunal acabam apelando. Marisa Tomei e seu belíssimo sorriso, que está um pouco apagadinha no filme, dá sua contribuição de maneira bastante discreta, porém necessária. Até mesmo a insuficiente interpretação de Phillippe não atrapalha. Portanto, todos os defeitos estão perdoados, pois não atrapalham em nada.


As qualidades é que fazem o filme satisfatório. Não é brilhante e está longe de ser um ícone do gênero. Mas é sincero em cada reviravolta. As cenas de tribunal conseguem exercer fascínio, não por brilhantes intervenções do advogado, mas pelo xadrez que esperamos ver sempre que a corte é mostrada na sétima arte. E o enredo é o grande responsável pelo filme.


Somente o carro e seu condutor é que o filme simplesmente se esqueceu de dar uma história para eles.


Ósculos e amplexos!

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