segunda-feira, 16 de maio de 2011

"Eu Sou o Número Quatro", 2011: uma boa mistura não faz um filme bom.



"Eu Sou o Número Quatro" (I Am Number Four) [EUA] , 2011 - 109 min. Ação / Aventura / Ficção científica Direção: D.J. Caruso Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar Elenco: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant, Teresa Palmer, Dianna Agron, Callan McAuliffe, Kevin Durand



"O Garoto do Futuro", 1985, fez muito sucesso por contar a história de um lobisomem adolescente. Perfeito, afinal todo adolescente se sente um pouco um lobisomem em meio a tantas transformações no corpo. Ao mesmo tempo, um ser mitológico possui super-poderes, o que apresenta o elemento fantasia ideal para que o filme se desenvolva bem. O mesmo acontece com "Harry Potter e a Câmara Secreta", 2002, que tem um "joão-ninguém" pré-adolescente adotado por péssimos tutores, mas em um mundo paralelo é famoso e possui poderes mágicos. Praticamente todos os super-herois vivem com o drama de ter o mundo para salvar, mas que com muita dificuldade consegue manter seu próprio relacionamento amoroso em segurança. Em "Transformers", 2007, tem o encanto de extraterrestres lutando com outros extraterrestres e tendo o planeta Terra enquanto pano de fundo e a humanidade enquanto principal aliada da equipe dos bonzinhos. Parando por aqui, afinal tem muito mais misturas, "Eu Sou o Número Quatro", 2011, apesar de ter ótimas misturas, o filme não se sustenta de tão fraco.

Após um incidente que praticamente o revelou ser um extra-terrestre, o agora denominado John Smith (Pettyfer) é obrigado a se mudar para Paradise, Ohio. Lá, ao mesmo tempo em que deve ser o mais invisível possível, vai para a escola justo em uma idade em que todos são absurdamente visíveis ou na turma de quem pratica ou de quem é vítima de Bullying. A situação tende a piorar na medida em que Smith vai se apaixonando por Sarah (Agron), que por sua vez não faz a menor resistência ao "bonitão desajustado". Sarah possui um ex-namorado agressivo, ciumento, capitão do time de futebol americano da escola (na verdade, o filme não explicita muito bem qual é o esporte que eles praticam. Deduzo que seja por conta de algumas cenas dele praticando seus trotes com uma bola de futebol oval). O ex-namorado de Sarah é o terror do nerd Sam (McAuliffe), que vai se tornando uma espécie de protegido de Smith. A situação piora significativamente pela existência dos Mogadorians - alienígenas que perseguem os outros alienigenas de Lorien, que matam sequencialmente e do qual Smith é o número quatro - a bola da vez.


Apesar de ser um filme romântico e adolescente, ele aparenta não ter coração. Tem uma mão pesada em cada sequência e em cada cena. Os personagens são mal elaborados, sempre optando por uma generalização clichê que chega a irritar. Há um bullying entre atletas e nerds, a mocinha tem todos os atributos para ser uma cheerleader, mas opta em ser fotografa. O desajustado se torna defensor do nerd contra a maldade dos humanos, que por sua vez irá se tornar o defensor do alienígena contra os malvados mogadorians (com aquele velho clichê: feio é igual a mal, bonito é igual a bom).


O filme é escuro, tanto para disfarçar inúmeros defeitos de fotografia e de interpretação quanto para reproduzir a atmosfera sombria do fenômeno Crepúsculo. E do além, servindo apenas como elemento de continuidade da saga (em uma busca insandecida para achar uma nova franquia como Harry Potter, Senhor dos Anéis, e Crepúsculo), temos a número seis (lembrem-se que há uma bobagem de se matar em sequência por parte dos Megadorians que é esquecida logo no primeiro encontro com a número seis) , uma louraça "belzebu" - como diria Fausto Fawcett - que surge, bate, encanta, e segue a caravana enquanto o número quatro resolve um dilema aqui ou acolá.


Há poucos instantes de boas escolhas. Algumas piadinhas e situações que cativam. Há uma química entre Pettyfer e Agron que convence. E nada mais do que isso. É um passatempo, daqueles facilmente esquecíveis.


Ósculos e amplexos!

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