quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Agua para Elefantes", 2011: "dramalhinho"







"Água para Elefantes" (Water for Elephants) [EUA] , 2011 - 122 min. Drama Direção: Francis Lawrence Roteiro: Richard LaGravenese Elenco: Reese Witherspoon, Robert Pattinson, Christoph Waltz, Paul Schneider, Jim Norton, Hal Holbrook, Mark Povinelli, Richard Brake


Com base no Best-Seller de Sara Gruen, [que infelizmente ainda não li], o filme se propõe a apresentar uma experiência cinematográfica rica, com um romance proibido, em uma época difícil e simbólica principalmente para os Estados Unidos, tudo isto com a magia do circo e com apego às suas mais espetaculares atrações típicas - especialmente os bichos. Conta a história de Jacob (Pattinson), de familia polonesa migrada para os Estados Unidos, que em seu último dia de faculdade, interrompe seus estudos devido a uma tragédia familiar que ceifou a vida de seus pais. Com muitas dívidas e devido ao periodo da Crise de 1929, perde tudo o que conquistaram para o banco. Sem rumo, tenta ir à Albany, mas acaba em um trem de circo onde sua vida recomeça. De coletor de estrume à veterinário oficial, Jacob vai ganhando a confiança do insano e perigoso August (Waltz) e de sua esposa Marlena (Witherspoon). Na medida em que o amor de Jacob por animais vai se confrontando com a crueldade de August, Marlena vai se apaixonando por August - que por sua vez corresponde. Deste ponto em diante, o filme segue o drama do amor proibido até o seu fim (tenho que interromper a sinopse por aqui para que esta resenha não contenha spoilers).


O filme apresenta problemas em praticamente tudo no que se propõe. Confirma a característica do diretor Francis Lawrence de realizar filmes muito bem fotografados, mas péssimos de enredo, história, e todos os demais elementos que fazem um bom filme (vide "Eu Sou a Lenda", 2007). Com muita razão, a maioria dos críticos se sentiram incomodados com a quantidade de cores que o filme possui. Tantas cores sugerem otimismo, justamente em uma época de imensa depressão. Não é apenas esse o problema. O circo possui um lugar todo especial na história afetiva do povo estadunidense, pois foi a fonte de trabalho de muitos que se desgraçaram naquela época de crise. A lei seca praticamente só atinge a um único personagem do filme. E quando demonstra que a lei deveria ser para todos, ela é usada de pretexto para uma mal abordada cena de romance. Portanto, de maneira geral, apresenta uma pobre experiência cinematográfica.

No específico, o romance não convence. Whiterspoon e Pattinson não convencem nem mesmo na única cena de entrega total do casal. Aliás, Whiterspoon não convence nem mesmo como atração principal do circo. É por demais pequena, a beleza não é mais tão jovial, e as interações com os animais fazem-na parecer uma criança devido o corpo completamente oblíquo - ou seja, sem o menor apelo sexual que a personagem deveria apresentar no picadeiro. Sem falar que ela interage com um circo inteiro de personagens completamente razos e mal aproveitados (logo em um circo???).



Sem dúvida, a única interpretação convincente em todo o filme é a de Rosie - a elefanta*. Ela bebe, chora, encanta, flerta, e ainda rouba a cena no fim do filme. E até mesmo para ela, que faz com que todos os demais atores do filme sejam meros co-adjuvantes, o filme não acerta a mão.



Filme fraco e razo, apesar da boa fotografia.



Ósculos e amplexos!


* Há uma polêmica quanto ao gênero feminino para Elefante e que o filme trouxe para a superfície. Segundo TODOS os dicionários (principalmente Aurélio, Houaiss, Michaelis), o correto é elefanta. Aliá é especificamente a fêmea da espécie asiática. E elefoa não existe segundo a norma culta.

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