terça-feira, 24 de maio de 2011

“INVICTUS”, 2009: o rugby na luta pelo fim do apartheid.



"Invictus" (idem) [EUA], 2009 - 134 min. Drama Direção: Clint Eastwood Roteiro: Anthony Peckham, John Carlin (livro) Elenco: Morgan Freeman, Matt Damon, Tony Kgoroge, Patrick Mofokeng, Matt Stern, Patrick Lyster, Penny Downie, Shakes Myeko


Invictus é o nome de um poema vitoriano do qual serviu de fonte de esperança para Nelson Mandela durante seus 27 anos de prisão por enfrentar a segregação racial do chamado regime Apartheid na África do Sul. Tamanha a segregação entre brancos e negros, que havia separação em praticamente tudo, desde bancos de ônibus, escolas e bebedouros, até mesmo idioma. No esporte não poderia ser diferente. Enquanto o futebol era o esporte dos negros, o rugby era o dos brancos. E, já presidente, com a esperança de superar de vez o fim do apartheid, Mandela investe pesado para que o rugby seja o esporte do povo da África do Sul, sem qualquer distinção racial.


Inspirado em fatos reais, "Invictus" apresenta ao mundo que o processo de superação do apartheid não foi e não é uma coisa simples. Que mesmo elegendo um presidente negro, havia muita coisa a ser feita para que a nação fosse de fato uma só e não mais dividida entre brancos e negros. Ao mesmo tempo, apresenta para o mundo o irmão "quase" gêmeo do futebol: o rugby. Tudo isto em véspera da Copa do Mundo de Futebol, que em 2010 teria a África do Sul como sede, portanto, o filme ainda serve de voto de confiança – se a África do Sul foi capaz de sediar o mundial de rugby em uma época muito mais complexa, será capaz de sediar também o de futebol em outra época consideravelmente melhor.


O filme nos apresenta uma das melhores atuações de Morgan Freeman e Matt Damon. Freeman praticamente virou sósia perfeita de Nelson Mandela. Trejeitos, sotaques, e tantos outros detalhes são interpretados de maneira assustadoramente fidedigna. E Damon faz um gigante jogador, de fortíssimo sotaque africâner, do qual chegamos a jogar bola junto com ele com imensa facilidade. Além disso, vemos uma direção de Clint Eastwood bem feita, competente, demonstrando sua maturidade ao longo de dez anos de filmes bem-sucedidos e uma intervenção interessante quanto à sua visão acerca da política (suja e escura nos gabinetes, alegre e colorida fora dela).


O esporte alimenta tantas paixões quanto à política. A figura de Nelson Mandela compete de igual para igual com o time de rugby sul-africano. Apresenta, inclusive, os inusitados jogadores da Nova Zelândia, agradando também os fãs do esporte. E elegantemente, o filme vai do esporte à política, retornando ao esporte, sem prejudicar nenhum deles. Sugerindo uma simbiose bastante simpática, ainda que haja inúmeros atropelos.


É lindo e emocionante como um jogo bem disputado.


Ósculos e amplexos!







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