terça-feira, 24 de maio de 2011

“O LIVRO DE ELI”, 2010: bom até o fim, quando desanda.



"O Livro de Eli" (The Book of Eli) [EUA], 2010 - 118 min. Ação / Aventura / Ficção científica Direção: Allen Hughes e Albert Hughes Roteiro: Gary Whitta Elenco: Denzel Washington, Gary Oldman, Mila Kunis, Ray Stevenson, Jennifer Beals, Evan Jones, Joe Pingue, Frances de la Tour, Michael Gambon



O cenário é apocalíptico. Um andarilho (Denzel Washington) segue rumo à Oeste em meio ao que sobrou do mundo. A ausência de água faz dela mais valiosa do que muitas vidas. E sem água, alimento também é absurdamente raro. Porém, o andarilho tem algo consigo que o faz especial. Ele detém um livro do qual poderá salvar a humanidade e do qual está disposto ao que for necessário para defendê-lo. E justamente por possuir uma habilidade extraordinária para defender o seu livro, o andarilho chama a atenção de Carnegie (Gary Oldman), uma espécie de tirano prefeito de um vilarejo e que há tempos busca um livro pelo qual o tornará líder de toda a humanidade. Daí por diante, segue a história do andarilho querendo cumprir sua missão de levar o livro para o Oeste e dos esforços do tirano para impedi-lo.




"O Livro de Eli" tem uma fotografia interessante, praticamente cinza o tempo todo a ponto de sentirmos o clima absurdamente árido que vemos na tela. Sua história nos envolve a ponto de logo nos simpatizarmos com o andarilho e odiarmos o tirano. A precisão dos golpes e a afiadíssima arma dão o tempero da ação necessária. Tudo perfeito ao longo de praticamente dois terços do filme.



O bolo desanda justamente na terceira parte do filme. Na primeira parte, o filme é um bem apresentado "road movie". Assar um gato e dar um pedaço dele a um rato é de uma ironia muito requintada. A segunda parte é um "faroeste" bastante caricato, porém nem por isso ruim. Duelos, combates desiguais, salvar a mocinha, até mesmo as famosas cenas de "saloon" estão todos lá de maneira bem distribuída. Na terceira parte, temos em meio a uma perseguição a pressa em se terminar o filme e aquela mania xarope de se explicar absolutamente tudo detonando o que veio anteriormente.



Por outro lado, mesmo que a terceira parte do filme tenha sido consideravelmente fraca e cheia de solavancos no enredo, ela reserva bons momentos. O casal de velhinhos simpáticos são de arrepiar e a música na radiola dá um alívio cômico em um momento bastante necessário.



Concordo com alguns amigos que disseram que se o filme terminasse uns cinco minutos antes ele talvez não provocasse a sensação de "o que raios foi que aconteceu". Um final defeituoso que chega a se descolar de tudo o que foi mostrado até então.



Obviamente que não se deve falar o que é o tal do Livro de Eli, ainda que praticamente todo mundo já saiba do que se trata. Por isso, sou obrigado a encerrar esta análise por aqui mesmo.

Ósculos e amplexos!

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