segunda-feira, 23 de maio de 2011

"A Sogra", 2005: Às vezes, engraçado.



"A Sogra" (Monster-in-Law) [EUA/ALE] 2005 87 min Comédia Direção: Robert Luketic Roteiro: Anya Kochoff Elenco: Jennifer Lopez, Jane Fonda, Michael Vartan, Wanda Sykes, Adam Scott, Annie Parisse, Monet Mazur, Will Arnett, John Aylward, Lorenzo Caccialanza

O filme causou um certo furor quando de seu lançamento. Jane Fonda voltava às telas quinze anos depois de ela mesmo dizer que não mais voltaria. E o mais interessante: voltou sendo desafiada a enfrentar uma comédia física do qual nunca havia tentado antes. Ela interpreta Viola Fields, veterana apresentadora de TV que surtou no ar - quando entrevistava alguém muito parecida com a Britney Spears. Seu surto não fora gratuíto, minutos antes ela saberia que a jovem da qual ela pensava ser enviada para lhe servir café era na verdade sua substituta. Quando recebe alta do manicômio, tem que enfrentar talvez um estresse ainda maior: seu único filho, o doutor Kevin (Vartan) apresenta sua namorada Charlotte "Charlie" Cantilini (Lopez) e a pede em casamento. Deste ponto em diante, Viola faz de tudo para que o casamento não se concretize sem que Kevin perceba sua intervenção.

Às vezes, o filme chega a ser engraçado. Em geral o filme é bastante sem graça. A história tem um demorado e desnecessário prelúdio para mostrar onde tudo começou na vida de Kevin e Charlie. Quase a metade do filme é sem maiores objetivos, exceto por uma repetitiva apresentação de personagens. Aliás, a quantidade de personagens periféricos e que pouco ou quase nada contribuem para com a história também é imensa. Tudo gira ao redor de Charlie e Viola. Tanto que o filme tem seu momento quando somente as duas tem de conviver juntas por um tempo sob o mesmo teto.

Em busca de um algo a mais para promover o filme, há inumeras "piadas para leitor de Caras ou Contigo". Não me agrada, pois contribuem praticamente em nada para a história e expõe ao ridículo algumas coisas que poderiam sobreviver tranquilamente em anonimato - sem falar que incentiva a busca por uma informação realmente irrelevante. São as piadas de acordo com as fofocas mais famosas entre as personalidades. Jeniffer Lopez, dona de uma generosa retaguarda principalmente para os padrões "prancha" da mulher estadunidense, não teria outro problema para entrar no horroroso vestido de cor pêra senão exatamente por não conseguir passá-lo pelos quadris. E nossa querida Jane Fonda, assustadoramente envelhecida e fora de forma física (logo ela, a rainha dos programas de condicionamento físico na televisão), tem uma personagem que igualmente teve quatro casamentos - sendo um com um milhonário e outro com um cabeleireiro gay.

O filme padece de regularidade, além de ser bastante previsível. De conflitos bastante óbvios, não consegue alcançar a graça pretendida em se explorar o universo paranoico de uma relação egocêntrica entre nora e sogra. Inúmeras situações são apresentadas sem continuidade - uma "ex-ficante" de Kevin o beija e fica por isso mesmo; um fio de cabelo é arrancado para investigação, mas a informação some do filme; uma amiga de Charlie tem relevância alguma para a história; e assim por diante. O próprio Kevin chega a ser desnecessário em boa parte do filme (tanto que o auge acontece quando ele está viajando).

Se por um lado a interpretação corajosa de Jane Fonda e o sorriso de Jennifer Lopez são marcantes, por outro, ainda mais marcante é a participação de Wanda Sykes. Apesar dela fazer uma atrevida doméstica negra típica das comédias de situação dos anos 1950 e que hoje não há a menor necessidade de se explorar este tipo de personagem, sua atuação salva com elegante comicidade o filme de seus momentos mais tediosos. Ela é uma espécie de grilo falante para Viola não acelerar demais na loucura de sogra-bruxa.

Não é que o filme seja ruim - e ele não o é. Apenas sofre por ser fraco e irregular, ainda que por vezes provoque risos.

Ósculos e amplexos!

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