quarta-feira, 4 de maio de 2011

"A Fantástica Fábrica de Chocolate", 2005: assista-o sem comparações.




"A fantástica fábrica de chocolate" (Charlie and the Chocolate Factory) [EUA], 2005 Aventura - 106 min Direção: Tim Burton Roteiro: John August, baseado em livro de Roald Dahl Elenco: Johnny Depp, Freddie Highmore, David Kelly, Helena Bonham Carter, Noah Taylor, Missi Pyle, James Fox, Deep Roy, Christopher Lee, Adam Godley, Franziska Troegner, Annasophia Robb, Julia Winter, Jordon Fry, Philip Wiegratz, Liz Smith, Eileen Essell, Nitin Chandra Ganatra, Shelley Conn, Chris Cresswell, Philip Philmar, Harry Taylor, Francesca Hunt


É praticamente inevitável comparar este filme de Tim Burton com o de Mel Stuart de 1971. Quando de seu lançamento, "A Fantástica Fábrica de Chocolate", 1971 foi um fracasso de público. Porém, foi exaustivamente exibido na televisão ao longo da década de 1980 e 1990, nos "Corujão" e "Sessão da Tarde", ganhando status de filme cult para os tempos atuais.


Ao ser exibido nas telas em 2005, o filme de Tim Burton recebeu um turbilhão de críticas. Praticamente todas elas por não encontrarem na obra de 2005 elementos que o de 1971 construiu na memória afetiva de praticamente toda aquela geração. O problema é que não se compara uma obra boa com uma ruim desejando que a primeira seja como a segunda. Então, em nome da boa crítica, que me perdoem os mais apaixonados de minha geração, mas o filme de Stuart é ruim. Sua direção de arte demonstra não saber o que fazer, tem uma produção fraca e um ritmo muito lento. Fora as cores saturadas ao extremo e um montão de músicas irritantes. O próprio autor do livro, Roald Dahl se irritou com o filme de Stuart.


A maior prova de que o filme de Stuart é ruim é o bom trabalho de Burton sobre a obra de Dahl. Apesar da comparação entre filmes serem inevitáveis, não se trata de um remake, mas de uma versão de uma obra literária. E, já que comparações são inevitáveis, comparemos então com a fonte: o livro. Há uma expansão de muitos aspectos do livro, é fiel ao estilo do autor, e explora a demência contida em cada um dos personagens. Willy Wonka tem passado neste filme e as crianças são realmente más, mimadas, competitivas e egoístas (graças aos adultos - que é a marca do livro). Para cada uma delas, há uma punição dark.


A história é conhecidíssima: um excêntrico dono de uma fábrica de chocolate, Willy Wonka (Depp), faz uma promoção que dará o direito a cinco crianças de conhecerem a fábrica e ainda receberem a chance de ganhar um prêmio surpresa. Dentre as crianças sortudas (ou beneficiadas com a fortuna de seus pais), Charlie (Highmore), de família paupérrima, é um dos felizardos. Ao longo da excursão, uma série de situações irão testar a inocência de cada uma dessas crianças e se são dignas de receber o prêmio surpresa. Tudo isso em meio a uma fábrica realmente fantástica e cheia de surpresas.


No mais, a psicodelia compõe os cenários do filme. O moralismo de Dahl é inevitável em todo o filme de Burton, portanto cheio de "moral da história". E a memória afetiva dessa geração para com esse filme está mantida. Ainda que os Oompa-Loompa ganharam uma versão mais rave que continua um tanto quanto desnecessário - mas uma marca absoluta do filme.

Ósculos e amplexos!

Um comentário:

  1. Infelizmente nos dias de hoje basta falar que a "obra é de "Burton" que.. UAL !!! APLAUSOS!! É TUDO !! Que isso.. depois dizem que a mídia é que influência. Taí um cara que me "desanima" em muitos trabalhos.
    A comparação que faço dos dois filmes é.. no romantismo da obra e na tecnologia da época.. nada computadorizado...td criado e filmado na raça, sem marquetagem HOLLYWOODIANA...

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