quinta-feira, 5 de maio de 2011

"Thor", 2011: fascinante, apesar de tudo.


Thor (Idem) EUA , 2011 - 114 min. Aventura / Épico Direção: Kenneth Branagh Roteiro: J. Michael Straczynski, Mark Protosevich Elenco: Natalie Portman, Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Ray Stevenson, Kat Dennings, Stellan Skarsgård, Idris Elba, Tom Hiddleston, Rene Russo, Jaimie Alexander, Colm Feore , Clark Gregg, Tadanobu Asano, Jeremy Renner


Há alguns filmes que realmente não consigo compreender como conseguem ser tão ruins e ao mesmo tempo tão fascinantes. Thor é um belo exemplo disso.

No dia da coroação de Thor (Hemsworth) como rei dos nove mundos, uma invasão de alguns homens de gelo de Jotunheim à Asgard interrompe a cerimônia. Ainda que Odin (Hopkins), o rei dos nove mundos, conhecido como Pai de Todos, tenha dado como assunto resolvido após os invasores terem sidos duramente castigados pela ousadia, Thor é facilmente induzido pelo seu irmão Loki (Hiddleston) a tirar satisfações em terra estrangeira. O resultado não poderia ter sido pior: uma longa trégua entre mundos de Asgard e Jotunheim foi seriamente abalada devido à arrogância do primogênito de Odin. Como punição, Thor perde seus poderes, é expulso de Asgard e énviado à Terra. Enquanto Thor cumpre sua punição, Asgard sofre a séria ameaça de guerra e destruição com a ascenção do invejoso Loki ao trono.

Estamos falando do filme de Kenneth Branagh, que foi diretor de uma das mais bem sucedidas versões de Hamlet para o cinema e o ator que interpretou o charlatão professor Gilderoy Lockhart em Harry Potter e a Câmara Secreta. E é possível observar o trato que Branagh deu às duas dimensões em que a trama se desenvolve. Ele consegue superar a própria história contada nos quadrinhos quando em Asgard por meio de uma trama digna de Shakespeare ao mesmo tempo em que faz a história de Thor na Terra (ou Midgar, segundo os Æsires) ser tão charlatã quanto o professor Lockhart. Hopkins empresta ao seu personagem uma presença digna de Odin. Hiddleston faz um Loki perfeito para contracenar com Hopkins diante da tragédia à Shakespeare. E traz um pouco de fantasia que há, e muito, no universo Marvel aos cinemas - coisa que não tinha sido ainda explorada nas telonas. E Hemsworth, para alegria das mulheres, é grande e absurdamente "sarado" como elas esperam de um deus nórdico.

O filme ainda oficializa outro projeto que há muito se anunciava, mas não se materializava: a de se construir a produção de Vingadores (de uma certa forma, uma resposta da Marvel à "Liga da Justiça" da DC Comics). Em nome disto, alguns sacrifícios da história contada ao longo dos HQ de Thor foram brutalmente realizados - e que provavelmente irritarão os fãs das sagas contadas em quadrinhos (eu pelo menos fiquei, ainda que Thor não seja um HQ muito frequente nas minhas leituras de HQ). Com isso, a enfermeira Jane Foster dos HQ é substituída pela fraca atuação da cientista Jane Foster (Portman) - que o filme toma a permissão de brincar com isso quando Thor, ao pegar uma blusa emprestada e ver um crachá colado nela, pergunta quem é Donald Blake (primeira identidade secreta de Thor nas HQ) e ela responde que é um ex-namorado que trocou ela pelo trabalho. Anuncia-se o triângulo amoroso entre Sif, Thor e Foster, porém fica rapidamente no ar. Existem referências nada sutis a Bruce Banner e Tony Stark - além de uma rápida aparição do Gavião Arqueiro (Renner) - pelo menos creio ter sido ele apontando a flecha para Thor na sua primeira tentativa de resgatar seu martelo Mjölnir. Além da tradicional pontinha que Stan Lee sempre faz em seus filmes.

Por algum motivo que realmente não consigo entender, o filme tem muito mais coisas das quais não gostei do que o contrário e mesmo assim me fascinei com ele. Vou esperar meus amigos mais aficcionados por HQ avaliarem o filme para uma melhor opinião quem sabe mais tarde. Por enquanto, a conclusão é a seguinte: filme ruim, mas fascinante por algum motivo que não sei o qual, é igual a um filme razoável.

Ósculos e amplexos!

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