segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Avatar", 2009: eu vejo você.


Avatar (Idem) [EUA] , 2009 - 162 minutos Ação / Aventura / Ficção científica Direção: James Cameron Roteiro: James Cameron Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Stephen Lang, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi


Não é um filme genial, mas é um senhor entretenimento. É por demais superficial em sua narrativa, mas consegue ser profundo no que diz respeito à dualidade que se propôs abordar. O tempo todo, o espectador tem a impressão do já vi isso em outro filme, em outras produções bem melhores e de maneira melhor abordada, mais completa. Mas, ao mesmo tempo, dificilmente se viu todas reunidas em um único filme e de maneira convincente. É um filme bom, e ao mesmo tempo um entretenimento excelente.

As dualidades da história estão presentes o tempo todo e de maneira bem hollywoodiana. Ou seja, linear ao extremo, mastigado para que o espectador não tenha muita dificuldade para pensar sobre o que esta vendo. Mas, ao mesmo tempo, joga de maneira sutil alguns questionamentos intrigantes. Entre eles, o maior: a impossibilidade de uma solução equilibrada entre a economia e a ecologia. E tudo isso em imagens tridimensionais e efeitos especiais de tirarem o fôlego (e fazer você sentir sapecado com as brasas, ou querer espantar os insetos).

O filme não é ousado no que diz respeito à algumas fórmulas do cinema. O romance piegas é marca registrada do diretor James Cameron (lembrem-se de Titanic). A ideia do personagem ser um nada no mundo humano e, em um passe de mágica, ser toda a diferença em um mundo paralelo já fez sucesso em filmes e histórias mais do que batidas (a grande essência de Harry Potter, que os produtores acabaram esquecendo ao longo da saga do bruxinho). Até mesmo o túnel de luz que é atravessado para se conectar com o avatar é idêntico ao de "Quero ser John Malkovich". Mas estão todos esses elementos reunidos em um só filme. Quando a conexão é feita, seja entre o homem e seu avatar, seja o Na'Vi com a própria natureza, a dilatação da pupila do grandalhão azul acaba convencendo e passando por sobre todos esses sentimentos de falta de originalidade em meio a um visual tridimensional fenomenal.

Os próprios atores acabam intrigando. A personagem totalmente digital tem uma atuação consideravelmente melhor que a de muito ator que está no filme sem maiores efeitos especiais. Ao mesmo tempo, o vilão, constante o tempo todo, consegue fazer com que a plateia sinta ódio do sujeito. Enfim, o filme é longo, mas flui com uma tranquilidade imensa que saímos do cinema com vontade de querer saber mais sobre Pandora, o planeta em que a historia é narrada.

É um filme que somente em cinema 3D pode ser apreciado. E há a necessidade de assistir mais de uma vez para poder captar ao máximo todos os seus detalhes digitais e tridimensionais. Aliás, outra marca registrada de Cameron: a toalha da mesa é mais importante que o café da manhã. Mas, que toalha de mesa!

Ósculos e amplexos!

2 comentários:

  1. Apreciei muito este filme!

    ResponderExcluir
  2. Confesso que o filme deixou a desejar..culpa da mídia que na maioria das vezes subestima o telespectador, mas se não fossemos assistir com tanta propaganda de "FILME FANTÁSTICO", não haveria tanto desapontamento. Veríamos a história como uma mensagem de paz e superação tremendadamente agradável aos olhos..

    ResponderExcluir