segunda-feira, 13 de junho de 2011

"Venus Negra", 2010: mórbido e torturante demais!


"Vênus Negra" (Venus Noire) [França / Itália / Bélgica] , 2010 - 159 minutos Drama Direção: Abdellatif Kechiche Roteiro: Abdellatif Kechiche, Ghalia Lacroix Elenco: Yajima Torres, Andre Jacobs, Olivier Gourmet, Elina Löwensohn

Assombrosamente, trata-se de um filme baseado em uma história real. Ainda mais assombroso é saber que tão somente em 2002 seu corpo foi repatriado, graça ao Presidente Nelson Mandela. Estamos falando da "Venus Hotentote", nome artístico de Saartjie Baartman (Torres), apresentada em um show de horrores como bizarra atração negra, selvagem, de corpo com grandes proporções. Sem dúvida, trata-se de um filme atual, ainda que se passe em 1815.

O filme é torturante. Temos logo ao início o desprazer de ver totalmente o show de horrores, sem cortes, ao lado da plateia inglesa. Ao longo de praticamente vinte e poucos minutos será apresentada uma mulher sendo tirada de uma jaula, sendo humilhada de diversas formas diferentes, sendo tratada como um animal sendo domesticado. Quando não há mais estômago para tamanha humilhação, o Hendrick Caesar (Jacobs) seu sócio e capataz convida a plateia a tocá-la, que o fazem nem sempre com as mãos.

O problema da coisa é que o filme é longo, demasiadamente repetitivo, torturando o espectador até que a revolta perca definitivamente para a repulsa. O que revela um certo sadismo de Kechiche, pois a mensagem já é passada logo nos primeiros minutos da exibição e nada além da tortura é apresentada nos minutos seguintes. A Venus Hotentote é atração de circo em Londres, vira atração da aristocracia em Paris, é vendida para "a ciência, decai e vira prostituta, até que morre... mas tem seu corpo dissecado e exposto em um museu de história natural na França até a década de 1980.

Torturante, foram poucos os que aguentaram até o final tamanha atrocidade.

Ósculos e amplexos!

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