sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Não se Pode Viver Sem Amor", 2011: complicado lirismo fantástico.


"Não Se Pode Viver Sem Amor" Drama - [Brasil], 2010. Direção: Jorge Durán. Elenco: Cauã Reymond, Simone Spoladore, Victor Navega Mott, Rogério Fróes, Ângelo Antonio, Fabíola Nascimento. Duração: 100 min. Classificação: 14 anos.

O realismo fantástico de Jorge Amado tem um representante póstumo: Jorge Durán. Porém, em "Não se Pode..." há um complicado lirismo apresentado em tela do qual pode não agradar a maioria de seu público. Ele exige uma certa compra das situações fantásticas que acontecem com pessoas comuns, mas a venda não é fácil. Aceitar com naturalidade tantas situações absurdas com persanagens tão bem construídos em uma realidade bem próxima é um desafio e tanto.

Gabriel - vivido pelo estreante e talentosíssimo, Victor Mott, sem dúvidas o ponto alto de todo o filme - vai para o Rio com Roseli (Spoladore) em uma busca por seu desaparecido pai. Dono de uma imaginação e inocência fantástica, capaz até de realizar feitos milagroso - talvez por cativar até mesmo papai do céu com seu olhar e carisma - alimenta seu sonho e vai conduzindo a história de um lado para o outro. A história se entrelaçará com a de Pedro (Antônio), professor deprimido que assume o taxi de seu pai (Fróes) quando esse falece subitamente. No mesmo dia, ele é "mal assaltado" por João (Reymond) que, não sendo bandido, recorre ao assalto a fim de levantar dinheiro para tirar do meretrício sua amada Gilda (Nascimento) e assim viverem juntos como marido e esposa.

Ao se falar em amor, o filme trata a solidão que antecede o encontro com o ser amado. Amargurados, cada personagem desfila em suas ilhas solitárias pouco se importando a gravidade dos rumos que suas vidas estão tomando. Porém, a trama carrega a mão na hora de desestruturar o universo real e lançar o fantástico. Ele pifa na hora de costurar os argumentos e cansa um pouco a coleção de sentimentos e sensações que busca provocar no espectador.

De interessante e bastante sutil é o tempo do filme: natal - que na minha opinião acaba sendo o período mais reflexivo do ano.

Ósculos e amplexos!

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