Espelho, Espelho Meu (Mirror, Mirror). EUA, 2012. Direção de
Tarsem (Singh). 106 min Com Julia Roberts, Nathan Lane, Lily Collins,
Armie Hammer, Jordie Prentice, Mare Winngham, Sean Bean, Michael Lerner,
Michael Provinelli.
Engana-se quem pensa que irá assistir mais uma versão da badalada história de Branca de Neve. Mas, acerta quem acha que verá mais uma sátira do velho conto de lenhadores alemães. Prova de que a história ainda povoa as imaginações dos mais insanos aos mais inocentes. O filme possui poucos elementos de conexão com a versão mais conhecida (creio que a mais conhecida seja a da Disney, de 1937). Basicamente manteve a própria Branca de Neve - que nunca pega sol, por isso tão alva -, a madrasta, o príncipe e os anões. De resto, apenas dialoga com a versão mais conhecida.
Julia Roberts não está em seu mais destacado trabalho, definitivamente. A diva passa por um sério processo de envelhecimento e os brilhos da jovialidade já não mais a acompanha. O que me deu a impressão de que sua capacidade de interpretar ironias na tela grande se tornasse algo um pouco metalinguístico. Continua bela, é claro, mas lhe falta o tempero que todos aprendemos a gostar em seus trabalhos. Por outro lado, fiquei embasbacdo como o príncipe (Hammer) ficou pela Branca de Neve (Collins). Não se trata de uma beleza exuberante. Mas de uma capacidade de encantar os mais desprevenidos que, aos poucos, vamos dando razão para o espelho quando diz "que se cai enfeitiçado pela beleza de Branca".
O príncipe (Hammer) definitivamente é bobo demais para arrancar suspiros das meninas. Aliás, tenta ser o príncipe abobado e não convence mesmo assim. O ingrato personagem de Nathan Lane é o de puxassaco oficial da rainha. Ou como o espelho diz: o bajulador oficial. Roberts brilha somente quando Lane levanta a bola para ela cortar - salvo nas sequências em que Roberts é o espelho.
Quem me chamou a atenção mesmo, além de Collins, foram os anões. Não me lembro de um filme com tantos atores bons sendo bem aproveitados. Não vemos os anões na situação nem de bizarrice e nem de palhaços de circo. São convincentes em quase tudo o que fazem, além de bastante charmosos.
Confesso que me incomodei com a mudança de nomes dos anões e com outras coisas. Mas, o filme pede para que não o levemos à sério. E o resultado foi que eu acabei gostando, ainda que o tenha achado fraco demais para jovens e adultos.
Ósculos e amplexos!
PS* é a última vez que assisto um filme no UCI do Shopping Palladium, juro! Toda vez que venho, alguém não se comporta na sala de cinema. Dessa vez, uma moça não parava de falar ao telefone - mesmo após insistentes assovios e palavrões que ela escutou por conta disso.
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